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sexta-feira, dezembro 26, 2003
 
Exigente? Quem é que me disse que amanhã é outro dia? Devia ter-me dito que hoje é outro dia. Acreditamos muitas vezes que tudo está em nosso poder, que podemos controlar tudo, esquematizar, planear, reduzir riscos, custos, arranjar alternativas e planos A, B ou C. Sabemos contudo que há milhentos factores que nos estragam tudo, que há sempre um plano z que não foi contemplado. Segundo o principio de Occam's Razor, as explicações mais simples tendem a ser as mais correctas. Não há preguiça nenhuma, e muito menos comodismo em espalhar na nossa frente as paisagens incorrectas, as complexas. As explicações em caixinhas organizadas, como aqueles cubos de madeira com vários puzzles, não são fáceis, apenas para as crianças que agora aprendem a organizar o seu mundo e as suas paisagens. Que aprendem agora a ser exigentes com as respostas correctas, lógicas e simples. Aprendem o gosto amargo de falhar ao lutar consigo próprias.
Arte e indeterminismo. Tudo aquilo que queremos e não temos nem nunca podemos ter, apenas contemplar no caleidoscópio que se estende à nossa frente.

Contudo:
a) um por do sol sobre o mar é sempre belo e está lá independente de nós o vermos, porque já o vimos.
b) rebentar as bolinhas das protecções das embalagens é sempre um prazer;
c) gostamos sempre dos nossos demónios pessoais como se fossem caes ou gatos, desculpamos-lhes a merda que fazem porque gostamos que nos venham lamber a mão de vez em quando, porque precisam de nós como nós deles;
d) os vicios trazem-nos a humanidade e retiram-nos parte dela: maior parte das coisas acabadas em -ina;
e) a arte e o indeterminismo explicam tudo muito eficazmente, se bem que de uma forma muito pouco simples;
f) insisto nisto, amamos porque não há nada mais viciante!

 
sábado, dezembro 20, 2003
 
Cortaram-me a luz. Perdi-me na baixa. tive duas epifanias, três discussões e dois desgostos. fui ingénua. dei um quase beijo. segurei várias mãos. toquei a uma campainha. vi um filme e meio. dancei três horas e meia. Ganhei duas chaves. ganhei dois amigos. dormi duas horas. vomitei as tripas. engoli em seco. bebi uma dúzia de cervejas. meia garrafa de vinho. quatro maços de tabaco. humilhei uma pessoa. fui humilhada por uma pessoa. abracei dez pessoas. fui abraçada. amo e sou amada. vou viajar. vou voltar. vivi vinte e oito anos. muitas horas. tenho setenta e um números no telemovel. terei um emprego. tenho a arte. sangue. não tenho sexo há vinte e cinco dias. há cinco minutos tive vontade de ter sexo. a pessoa com quem tive vontade de ter sexo tinha tido sexo havia cinco horas. levo três sacos. trarei três sacos.
 
terça-feira, dezembro 16, 2003
 
A regeneração é a mais nobre das virtudes, já que não sei qual é o pior dos defeitos. Talvez a cobardia. Mas aí seria por de parte a sensatez...e por aí adiante até ao moralismo atroz. esqueçe. o esquecimento como defeito ou virtude?
o dia seguinte, um ou outro? a ressaca ou a epifania. o arrependimento. a gula dentro da luxuria. o silencio. o adiar. o velho trunfo na manga, o coelho no chapeu.

se alguma coisa faz sentido e sei perfeitamente as minhas prioridades é uma mera ilusão. estou para aqui enleada nestes mistérios. e viva.

é por isso que odeio aranhas.
 
quarta-feira, dezembro 10, 2003
 
it's late now, and things come to me in tongues, favorite words and some others never once said.
strange how things come into place, unconjured.
strange how they come in the middle of the night or some other familiar place and, like the big bad wolf, dare us to get there faster. and we know better, because we were warned by the ones who love us, as not to accept anything, and keep to the trail.
and we know better, but we are cowards, traitors to ourselves. and (because)we once knew happiness.
i break again and again from the realm of normality that was never my home. My safe haven is unbalanced, or just temporary. that is a sure thing. what moves me is what i cannot have, knowing that this is why i want it the most.
i am all taste, mouth and saliva and tongue, all hands, all skin, all eyes and ears. i am this wanting that.
 
terça-feira, dezembro 09, 2003
 
Love poem

se tiver que existir um eu e um tu, que seja
para nos este poema antigo
nÃo sera mais do que o que nada é
no escuro, no silencio e no sono
e no que pode existir sem querer tudo
como tudo o que existe se tiver que existir.
uma historia breve de traiçÃo e promessa, que seja
para nos um poema antigo
nÃo sera mais do que o esperado e o prometido.
que seja insano. que seja unico. que seja
mortal e monstro. que seja
dor e sangue. se tiver que existir
mais do que a mera consciencia de existir. que seja
o respirar
sem querer mais do que um golo que seja
de toda a atmosfera impura.



 
 
noutros horarios outras conversas. sem distancia. de nos apenas o pouco que sabemos dizer. enganamo-nos frequentemente. semelhancas e diferencas com o afecto que sabemos dizer. aos poucos, esquecemos. o dia de amanhà e sempre mais importante do que estas noites de segredos. privamos. privamo-nos do gosto raro do chocolate negro, do cigarro leve, da palavra crua. sabemos a pouco durante o dia. durante todas aquelas horas de memoria breve em que nÃo sonhamos. todos nos a planear o inverno entre paredes.
enganamo-nos frequentemente.
 
segunda-feira, dezembro 08, 2003
 
agora ja posso armazenar 192 Cds naquelas capinhas coloridas que ocupam pouco espaço!!!
é incrivel o quão pouco é preciso para me fazer feliz.
 
 
vim de uma festa house. que dizer? não é bem a minha onda mas gosto de dançar. principalmente no meio de trengos e trengas....
ia crer que vi lá um dos amigos da minha prima, que deve ter dezoito anos. tratou-me por você...
admiro as virtualidades do inverno algarvio. uma nostalgia doente. ou uma doença apenas.
 
 
domingo, 7 de Dezembro de 2003

o dia inteiro a dormir para recuperar da noite passada. No sítio mais multicultural do país. A gare rodoviária do arco do cego, Lisboa. Duas horas e meia sem paredes, sem água, sem wc, apenas com imigrantes e autóctones cheios de tiques e olhares cheios de frio e de sono e de pequenos trecos em línguas ininteligíveis.
Aqui esteve sol e ainda é possível sair sem a parafernália do costume. (Look, no coat!!)

Ontem enganei-me: a música do dia seria Absolute Beginners do meu amigo David Bowie. Lembro-me de ter doze ou treze anos e ligar à minha mãe, para o trabalho e pedir-lhe para me comprar o disco (o single, claro). Chato foi ter de soletrar tudo…a minha mãe nunca falou uma palavra de outra coisa que não seja o verdadeiro linguajar algarvio. Não sei porque é que troquei a coisa, mas tanto faz. De facto, a tentativa de androginização (como é que isto se escreve?) é semelhante, louvável, e mais: resulta mesmo bem.
 
sábado, dezembro 06, 2003
 
tentativa de diário/diálogo: "Open book"

dia de merda de frio. a organização das coisas pretas para dentro dum saco. arrependimento colado na mortalha com o cuspo exagerado. fumar até cair. vitamina c. horas. telecomunicações adiadas. 500 kms de mente adulterada. pela noite fora.

canção do dia : special needs - placebo
Remember me when you're the one who's silver screen
Remember me when you're the one you always dreamed
Remember me when everyone's noses start to bleed
Remember me, special needs

Just 19 and sucker's dream I guess I thought you had the flavour
Just 19 and dream obscene with six months off for bad behaviour

Remember me when you clinch your movie deal
And think of me stuck in my chair that has four wheels
Remember me through flash photography and screams
Remember me, special dreams

Just 19 this sucker's dream I guess I thought you had the flavour
Just 19 and dream obscene with six months off for bad behaviour
Just 19 and sucker's dream I guess I thought you had the flavour
Just 19 and dream obscene with six months off for bad behaviour

Remember me...

Just 19 this sucker's dream I guess I thought you had the flavour
Just 19 and dream obscene with six months off for bad behaviour
Just 19 and sucker's dream I guess I thought you had the flavour
Just 19 and dream obscene with six months off for bad behaviour

Remember me...
 
 
quem será o sacana do dia? Tiremos à sorte. Admitindo que sou eu, que estragos descontinuos? que resvalos?
que espaço mestre se criará em torno das mãos?
the journey begins. again.
 
 
Brotherfly


the concept of the tongue
in passing the root of the
trespassing the shore
glory and hissing about
are strange brothers opened wide
and the hands that shake the shadow about doors
making the unrecognizable to the breakable
break of breaking dawn in the crack
let it be rephrased in order
to make the rosiest of sounds on the way in
order to understand now
it works differently by the
way it sounds one
can say as one can see how simple it
goes without saying enough whispered
one touch reminder and the passing
away in twos to the ground
the co_lapse of memory
asleep
 

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