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sábado, maio 24, 2008
  sarkarmico
nem mais um! à data do meu último post, um exercício porreirito enquanto ouvia Tom Waits, só mesmo o destino poderia igualar este grande mestre das misérias num grande a-ha!-julgavas-que-era-só-escrever-poemas-giros-sobre-as-misérias-então-toma-lá-disto:

veio a varicela e a cara cheia de chagas e o olho inchado, veio o horror de ter contaminado meia cidade e poder desenvolver lesões cerebrais, veio o telefonema das cobranças, veio o tiro lá na rua que matou o único mitra amigo, veio os dois tralhos de seguida a descer a calçada da Glória (hmmm, justiça poética?) veio o parto falhado da minha gata e quatro cadaverzinhos com a alma encomendada, veio o aumento da gasolina, veio a nódoa de café no pijama lavado.
voltou a machadada na vida social e a chuva que não pára, a caleira torta que me inunda a sala e a mesa cheia de medicamentos.
veio o silêncio de quem ainda precisava de mim.
só não vem o pesadelo porque estou a vivê-lo. só não vem o sonho porque a taulada dos antiestaminicos não deixa.
 
segunda-feira, maio 19, 2008
  Closing time

Sirva mais uma rodada de misérias, se faz favor, com limão.

Sem gelo, puras e duras.

Enquanto arranho o cérebro às voltas meigas entre as músicas, e arrumo o equilíbrio entre as distâncias e as ausências, essas sacaninhas fugidias… É pois! Não discuta, homem! Sirva lá isso que temos sede e daqui a pouco fecha.

Enquanto faço as contas com os limites do sono e o fundo dos bolsos, e arranjo palavras trocadas para facilitar as coisas.

E mais uma para si também, para brindar com a gente. Não adianta negar, vamos arrastar daqui as esperanças combalidas pelos colarinhos, se elas se negarem a vir a bem. Não é hora para delicadezas tontas, a fingir sensibilidades marginais ou novelescas. Não há luzes, nem câmaras. Acção? Tarde demais. E daqui a pouco fecha.

A voz? Já foi, é o costume. Eu pago a conta dela, não se preocupe, que isto é família. Não aguenta muito, e com os anos parece que fica pior. Já murmurou tantas vezes as promessas que já são delírios e já gritou tanto os pesadelos que já são reivindicações. A luta é que continua. Só essa é que me faz companhia toda a noite, quietinha e muda. Não é de muitas falas, mas é do coração. Do nosso.

À nossa!

Que dia é hoje? Quer dizer, tecnicamente hoje… Qual é o número deste sol no mês inteiro? É que tenho coisas combinadas, pormenores a acertar, com o ano e tem mesmo que ser tecnicamente hoje. A noite ainda não foi, e anda sempre atrasada.

Ainda tenho tempo para mais uma, daquelas de traçar a língua, para aquecer a ilusão por dentro antes do desencanto lá fora. Só mais uma para acabar. Para o caminho se juntar aos meus pés quando saltar deste banco alto demais para as minhas ambições.

Vá lá, pago no acto da entrega…

 

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