Novo ano!
Ao som do Michael Nyman mudo a tónica para uma austeridade entre o barroco flamenco e um nihilismo escuro, entre veludo, setim e cabedal, negro e vermelho.
Algumas frases para ti, amigo, algumas para nós e algumas apenas por mim e para mim.
Demasiadas perdas. O sentimento de vazio e de nudez por dentro e por detrás desta austeridade tipo couraça. Tipo moinhos tipo gigantes. Algures entre a Aldonça e a Dulcineia.
Paranoia e imaginação. Sempre mais para o abismo. Mais? Estou tão cansada. Tão cansada e tão só e tão triste. Chega? Tenho saudades de coisas simples que estão sempre lá para as maltratarmos e ficarmos fartas delas. Não sei o que te diga, porque por mais que me esforce, sobrestimas-me. Passo a vida a jogar jogos que não sei jogar. Bluff, teasing. Tu é que falas em trunfos e verdades. Soam-me a coisas demasiado preciosas para se jogar com elas. Não mas dês para apostar com elas. Demasiadas perdas e demasiado vício. Não sei. Diz-me tu. Deixa-me com o cansaço, a solidão e a tristeza que todos os dias insisto em afogar. Tipo atlântida tipo ofélia. E medo, tenho muito medo.