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sigNature
sábado, fevereiro 14, 2004
 
(breve espaço):

Chega a hora levada do sol e o corpo treme de pensar que tem duas mãos que querem abrir
Uma boca que se estende no mato uma faca que fica sóbria no escuro enquanto o bafo se mutila na demora.

Não há consequência
Embora tudo leve a crer que a história virá reclamar a fome
E o desejo
Virá reclamar a fome
Isso não se faz sem medos e sem retiros
Assim com esta capacidade de planos e de pele envolta em chocolate

Sem vontade de resistir, sem voz, sem pontas de dedos
Sem cara

Uma boca que não sabe quando abrir e onde tocar
De um lado tão rápido
Sem toque para outro lado tão rápido
Sem peso

O engasgo verdadeiro sem dimensão
Apenas fluido que tem que se reter nos nervos
Apenas estrada de volta na derme branca
Do que se diz por aí nas propostas ponderadas

Deixam de existir as paredes que não foram bem definidas
Sem texto sem dureza
Onde o corpo bate em busca do golo
E toda a força é nenhuma realmente
E não há as marcas desejadas nos braços do dia
Decrescente

Não há linguagem, não há cheiro, não
Há entulho no espaço
Há língua de silêncio elaborado
Como um gosto
Que não acaba

E fins anunciados de vício assim
Sem fronteira que diga identidade
Sem vontades impróprias.

Até ao fim da cidade que se espalha
No olhar dos segredos finitos do único espaço real
mente
inviolável.
 
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