Estou doente. Sem metáforas de jeito, tusso, doi-me a barriga e o peito de tossir, os olhos inchados das lágrimas que me vêm aos olhos quando tusso. Não dormi deitada, senão tossia ainda mais. doi-me o pescoço e as costas de dormir quase sentada. Não sei se os vizinhos dormiram por causa da minha tosse. Passei ontem quase todo o dia na cama e hoje também, mas tenho que sair. Deixo as janelas abertas para a doença sair, ou deixo-as fechadas para não apanhar frio? A minha humanidade às vezes irrita-me, o meu orgulho também, porque não tenho ninguem para tomar conta de mim e recuso reconhecer que preciso disso. Sou apenas uma criança quando estou doente: mimos, histórias, remédios amargos, chá e mel. Sou adulta e estou só: tenho que me vestir, agasalhar-me bem para ir à farmacia comprar qualquer coisa para isto, limpar as escadas do prédio, não faltar a 50 compromissos...