Ele saiu de minha casa à uma. O corpo perfeito, a idade perfeita, o tempo perfeito para tudo. Falámos muito e falámos pouco de muito e de pouco. sabemos mais agora e não nos serve de nada. este nome saia-me naturalmente mas era outro. e eu a mesma e outra. sabe-me bem assim. já o calor era diferente. já o cheiro era diferente. há partidas e chegadas e acordos fáceis de aceitar. e de propor. há agora coisas temporárias que se resolvem com umas mezinhas e pensos rápidos. quase que dá para ver as impressões digitais. de resto, tenho sono. não dormi nada no conforto perfeito e inesperado. tenho agora que traçar as horas para trabalhar ainda com aquelas oscilações pelo corpo pela noite fora e dentro. queria mais horas para repor as necessidades adiadas. todas elas. e que nada disto foi especial dada a natureza de igualdade em que nos encontrámos. sem jogos de poder e engano. sem nada mais que hora a hora entre o abrir e o fechar de olhos, de braços e bocas e tudo. e não se sabe onde começou. no meu corpo ficaram as impressões digitais e meia fome saciada. não queria mais do que este inesperado conforto de não estar só. de não dormir. de não conseguir sonhar com mais do que esse prazer.