Orgânico
eu e o meu mundo. eu e o meu mundo fingido. eu e um mundo que vejo de uma janela ou de uma montra. eu e o meu mundo de faz-de-conta. eu e o meu mundo passado que não volta. eu e esse mundo outro que não me vê. e esse outro que não consigo explicar. e esse outro que não controlo. e o outro que não me fala. eu e os meus mundos todos tão breves. tão somente. e os outros que odeio. os outros que nunca são meus. os outros mundos pequenos que dependem de mim. os outros mundos pequenos que me apetece afogar à nascença como se faz aos gatinhos. para os quais não há palavras crescidas ou outras em qualquer linguagem verbal. os mundos do silêncio. os mundos do excesso de palavras. talvez seja ciclico e redondo como todos os mundos achatados nas pontas como laranjas. talvez seja um qualquer conjunto cósmico de vectores com nomes que não consigo soletrar. blábláblá. se eu fosse a dorothy do feiticeiro de Oz diria: If only I had a CPU and no memory at all". e batesse os calcanhares tres vezes. o problema é que não quero voltar a casa. there is no place called home.
hoje todas as portas me tentam apanhar e despir. por pouco que dizia sim.