Os moinhos são gigantes deveras... (ou Os Sonhadores)
o ritmo mudou.
mudou tudo.
já não sei o que significo.
já decidi deixar a cidade. fugir.
levo este espaço comigo, uma mala entre o pragmático e o simbólico
e mais nada.
as coisas mudam
mudam tudo.
e querendo construir destruo.
e nada será como dantes.
não sei quando volto
acesso remoto, controlo remoto,
cyber existência
hiper existência.
sangro do nariz, doi-me a cabeça
enquanto espero o fim deste mundo ficcionado
tremo enquanto busco.
há lugares onde nunca se pode ter tudo
sem arriscar perder tudo
querer tudo
ser tudo
em exaustão fácil
os pedaços caindo em fogo (ainda os vejo).
resolvam vocês
a posse, a traição, a voz, o passado, a memória, o deja vu, o calor do corpo, o toque, a rejeição, a dependência, a escravidão, a resistência, as palavras, as ruas das cidades e os espaços íntimos em que somos íntimos. os maus timings de bons tempos incestuosos.
ou o que resta de tudo isso. eu não tenho culpa. a terra gira. o coração bate. ainda.
resolvam as vossas que eu resolvo as minhas.
esta é a altura de tomar de volta e devolver.
eu só quero amar em paz.