"pyrite of the heart"
há uma substância que parece ouro e não é. chamam-lhe "o ouro dos tolos". é bonita, brilha e dá para enfeitar, mas é mais vulgar e não tão resistente ou trabalhavel como o ouro-ouro.
há cada vez mais coisas que não percebo, e isto da pirite não tem nada a ver com isso. apenas ando a juntar informação e a tentar traçar uma "anomaly theory", entre as várias linguagens do dia, das quais aquela em inglês é do alan moore, esse místico-poeta-contador de histórias-urbano.
as coisas que não percebo revelam fragilidades que não percebo e também não percebo de onde vem a mais profunda arrogância e desprezo que sinto contemplando-as.
estas coisas tinham nome de conforto, aceitação, honestidade, carinho verdadeiro. agora são anónimas e deixam de me comover para irem morrer numa praia qualquer (como Pasolini e o seu assassino). antes ainda me conseguia emocionar com as questiúnculas quotidianas, atribuia-lhes um qualquer vínculo literário, poético, erótico, exclusivo, transformando-as numa alquimia infantil...agora bocejo e enfado-me com aquilo que são ficções novelescas e baratas, ou mega-produções sem conteúdo nenhum.
assim vai o meu mundo. com algumas coisas (outras) que ainda não sei bem encaixar, mas que mexem cá dentro com tudo o que é vivo nas entranhas do desejo da aventura da preversão da inocência.
será que caí outra vez no encantamento da pirite? ou um outro abismo ainda mais (ainda mais?) fundo.
não perca o próximo episódio..........................................................