pouco a pouco vou recuperando o que posso recuperar. o que não está irremediavelmente perdido e é valioso para mim. não vou falar da minha humildade com orgulho, mas vou invocar imagens de bons tempos de carinho e gargalhadas que me deram e eu dei e que guardo aqui bem perto do corpo para não esfriarem. haverão mais ou não. uns vão outros ficam. eu vou e eu volto. é bom quebrar silêncios e falar durante horas. é bom tomar atalhos pelo calendário e aldrabar os meses que parecem dias que parecem séculos. ontem tocámo-nos e era quente. hoje voltamos a tocar-nos neste gelo de cidade e voltamos a descobrir que depois do inverno sempre foi verão.