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sigNature
segunda-feira, fevereiro 28, 2005
 
sentinel

watch over the body of a wall
paper
where fingers
cross over the body
of a wall
fire where the tips touch
where ends meet
a full noon on a river's bed
lean over the tower and the blood rush
where borders are

slaves
over the edge

we see and wait for
the lovers inside
we watch and lean quietly
for the lover's inside.
 
domingo, fevereiro 20, 2005
 
semana de ser experimental e bipartido. mudanças rápidas e profundas de tudo ao contrário. sair da rotunda para arriscar compromissos que não existem. ninguém me espera. a hora faz-se depois da hora em que os seres não se juntam. falta alguma excitação no corpo e na mente. tudo ao de leve sem trocar nada.

mas é preciso. é preciso encarar uma solidão conjunta dos espaços no meio, dentro do abraço e do sorriso. é preciso alargar esse espaço para respirar as vertebras e deixar entrar o sol. é preciso alargar a mordaça contínua da curva de Grauss. é preciso não perder o fio à meada com a fragilidade da noite e a relatividade do tempo cheio. logo se vê, logo se vê, neste logo sem tempo para o duche e a muda de roupa, para as papeladas e a reunião dos bocados amachucados do ser.

já não vejo a minha pele na minha pele há muito tempo. conjugo a perfeição parcial de dois subtraindo-me a tempo próprio. logo se vê quanto tempo demoro a cair da corda bamba e quanto tempo demorarei a curar as feridas. logo verei se nesse espaço só olharei para a minha pele e nela me reuno e me somo.
 
segunda-feira, fevereiro 14, 2005
 
A faca de dois legumes

o corpo revolta-se e queixa-se por mais ou menos tudo. é sim e não. a sinapse maligna e desconexa dos neurónios dando as mãos. os dias e os afazeres meio cheios e uma ilusão momentânea de normalidade. passo os dias a debater. se não tenho cuidado ainda me cai um esgotamento no colo. já não aguento mais falar de sexo. amanhã uma agenda carregada. faltam ainda coisas tais como a coragem e um horário de expediente. sinto muito as faltas. esta casa continua o mesmo caos frio. não tenho passado tempo nenhum com a minha gata carente. quero escrever mais poemas. não paro de me assoar. tenho medo que as coisas não batam certo. não sei o que querem dizer certos sorrisos. não sei porque é que gosto tanto de me lembrar desses sorrisos. não sei o que vestir, comer, sonhar. tantas coisas e nada. ainda hoje voltei com saudades e já quero partir de novo. e levar tudo comigo. e levar tudo.
 
sexta-feira, fevereiro 04, 2005
 
A perfect gentle young man

Já vi o mesmo olhar antes, o deslumbre e o prazer. já vi o mesmo gesto, os mesmos movimentos, a inexperiência e o acaso, a dedicação e a energia. já vi muitas madrugadas, já vi esta madrugada. já vi o mesmo corpo perfeito e suave, limpo, equilibrado. já vivi este pouco, os sentidos nus do instinto e do conforto, o sempre necessário ensinar do beijo. o assinar o beijo. e o deixar de lado a desconfiança e as dúvidas pondo à frente a Espera. e o abraço quente...nada disto é fácil e nada disto é dificil. já vivi este tanto, um corpo em trânsito, algures entre a pura masculinidade e a mais perfeita mácula. e o deixar de lado o medo. já vi o mesmo medo antes.

Nunca tive jeito para a ficção, mas a minha realidade (entendida em sentido lato) é tão ou mais bela que qualquer história que eu pudesse inventar e escrever.

 
terça-feira, fevereiro 01, 2005
 
"Nightmares can be fun sometimes"
(VF as 4:30)


Sabin Corneliu Buraga



 

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