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segunda-feira, abril 18, 2005
 
Poema do acordar (II)

onde está o limite. onde está aquilo que sei. onde estão as mãos. onde está o coração que bate no fundo da nuca. onde está o silêncio. onde está o único beijo. onde está a única palavra. onde está a única recusa. onde está a sabedoria do único universo possivel. onde está a distância possivel. onde estão a água e a comida e a sobrevivencia do espírito que não faz sentido. onde está o mal que desejo. onde está o desejo sem querer. onde está o calor distribuido pelos corpos na falta de horas. onde estão as únicas horas possiveis. onde está a integridade do momento. onde está a utilização da telepatia. onde está o sonho conjunto e o sonho separado, pensado, catalogado. onde estão a posse e o medo. onde estão os cheiros misturados. onde estão a dúvida e a arrogância de saber tudo. onde está o meu corpo no meio do corpo e a minha mente em torno da mente afogada. onde estou. onde estou dormente. onde deixei o sono. onde pus o corpo. onde pus o mapa de proibições, junto ao mapa da vida. onde pus a mentira debaixo da almofada. onde quero o que não sei controlar. onde não há caminho. onde uma dor me aflige o estômago e me queima a língua.
 
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