abalarrevela-se os planos desta e doutra demanda. revela-se o buraco por onde fugimos. revela-se a nossa vida depois. revela-se o jogo da apanhada que é também cabra cega. revela-se aos olhos e à boca e aos ouvidos. revela-se a mudança de rumo. revela-se a ilusão da ilusão das inevitabilidades. revela-se tudo menos os silêncios e as despedidas. revela-se menos a estrada depois da curva, menos que a curva. revela-se os medos mais anteriores ao medo. revela-se o tiro pela culatra. revela-se a velha à janela esperando o soldado que não sofre mais. revela-se o sonho de adolescente à procura de rapunzel. revela-se o poder da palavra. revela-se o orgulho do gato e a triste vontade de não deixar pedra sobre pedra. sobre pedra. revela-se o lagarto debaixo da pedra. revela-se a pedra para debaixo de onde fugimos. tanta coragem, tanta coragem para nada, se ela nao nos salva de nós mesmos, se fugimos com a trovoada e o cheiro a maresia.