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Quando estive nos EUA aprendi melhor o que isto queria dizer. To have a crush on someone: deter um pequeno fascínio adolescente por alguém, alguém que parece estar hierarquicamente acima ou distanciado de nós socialmente. Temos crushes pelos professores, por estrelas de cinema, por desconhecidos que frequentam o mesmo café diariamente. Uma amiga minha tinha um crush pelo dono da livraria, outro pela cantora folk que actuava à segunda-feira, outro pelo empregado do bar em frente ao bar onde costumávamos ir. Não tem nada a ver com uma necessidade ou desejo de proximidade física íntima. Tem a ver com um certo gosto em admirar ao longe, com o nervosinho de borboleta que surge quando a pessoa parece olhar para nós. quando nos trata com a deferência e simpatia de algo mais do que um desconhecido, mas sempre menos do que um igual. Para a nossa língua, é ter “um fraquinho”; por uma pessoa que não sabemos como é, que apenas vemos mexer com alguma elegância e sofisticação, e sobre a qual preferimos ficcionar; sobre a qual fantasiamos, como um actor que encenamos nos sonhos enquanto dormimos, e que traz cor aos nossos dias, alguém em que não pensamos durante o desgaste do dia mas que é sempre bom encontrar. será uma estratégia do mundo para nos laçar na rotina? ou fruto da rotina, encontrando nos pequenos (es)passos humanos dos nossos caminhos diários uma beleza acessível, como um pequeno beco onde o gato dorme no tapete, ou uma janela cheia de flores?