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este torpor como uma lava suja
incandescência manipulando a ausência de vocábulos até ao nulo,
este absurdo adjectivo mudo,
este expor-se ao negativo de uma película mal disposta
este adorno insuspeito no dorso átono este leve arrepio de sonolência este copo tisnado de sombra uma vez mais caído no colo.
Este esgar que fica na nuca
este desprezo que se aloja nas trincheiras da vida e da morte onde um insecto magoa a palma da mão dobrada
esta cantilena enlouquecida que se atreve a badalar as horas lá fora onde os carros carpem a entrada da máquina pelo ser adentro.
Este novo abcesso na mente
este velho hematoma que não sai nem é de uma qualquer cor reconhecida pela mágoa. Este novo gotejar de eco nas ruas sem nome, pelos carris mal alinhados pelos mamilos
este brilhante escorregar de significados no chão molhado
esta parada monocromática de sintomas deserdados de patologias órfãs
este último veículo gritando adrenalina aos ventos pelas colinas quase planas e esta
e esta multiplicação de lumes, esta água mínima, estes nós impossíveis de decifrar, esta torrente de sinais que se anulam
uma redundância no peito
um mapa de misérias açucaradas
um último precipício de corpo
esta finalidade por desenhar
a madrugada por escrever.