Ontem
escrevi dois lindos poemas de amor que a seu tempo postarei neste espaço. estava triste e fiquei triste, rodeada por todos os lados pelo Wim Mertens e por uma nausea familiar. tento sempre construir o "fim de história" com poesia, escolhendo amar e desamar com palavras, colocando a dor e a memória nas palavras nunca ditas, porque ninguém fala assim. é dificil escrever poemas de amor onde se descreve e se destroi um "eu", um "tu", um "nós", mas a absurda sinceridade de amar, junto à absoluta fragilidade de um corpo dorido, fazem com que haja esta voz no meio de outras. soam os ecos daquilo que já senti antes, do que sinto hoje, e do que senti ontem quando cheguei a casa, depois de ter atravessado a cidade viva. há uns posts atrás renegava o amor em prol da luxúria como única sobrevivência activa. ainda o faço, mas a solidão das noites de inverno na cidade viva e a eterna busca do calor ausente expõe o sangue à mais elementar forma de viver e de sentir.