sigNature
3 dias
é dificil descrever. é dificil contar tudo e as partes e as metades. e o bem que me fez. e o que me doi o corpo. e as coisas que não se podem contar. e as horas sempre acordada. e as horas de dormência. e as horas de hipnose. e tudo aquilo que lamento. e tudo aquilo que depois vou recordar. e tudo aquilo que não me lembro. e tudo aquilo que mais vale esquecer. mas sinto o sorriso colado a estas nódoas negras e a estes dias de festa. mas sinto o calor que deriva da aproximação das almas e dos corpos nos mesmos espaços estranhos. irrepetiveis, pois os astros só se conjugam assim uma vez em cada existência. e saber onde estava eu nestes dias? e saber: era mesmo eu? quantas de mim? valeu a pena? every minute of it.
Domingo à noite, com amigos, sagres e "vintage taste movies". Aconselho vivamente:
Die Eier von Satan
-Eine halbe Tasse Staubzucker Ein Viertel Teeloffel Salz Eine Messerspitze turkisches Haschisch Ein halbes Pfund Butter Ein Teeloffel Vanillenzucker Ein halbes Pfund Mehl Einhundertfunfzig Gramm gemahlene Nusse Ein wenig extra Staubzucker ... und keine Eier In eine Schussel geben Butter einruhren Gemahlene Nusse zugeben und Den Teig verkneten Augenballgrobe Stucke vom Teig formen Im Staubzucker walzen und Sagt die Zauberworter Simsalbimbamba Saladu Saladim Auf ein gefettetes Backblech legen und Bei zweihundert Grad fur funfzehn Minuten backen und KEINE EIER Bei zweihundert Grad fur funfzehn Minuten backen und Keine Eier ..
-{Translated by Vedran: A half cup of powdered sugar, a quarter teaspoon of salt, a knife-tip of Turkish hashish, a half pound of butter, one teaspoon vanilla sugar, a half pound flour, one hundred fifty grams of ground nuts, a little more powdered sugar... and no eggs. Put in a bowl, stir in butter, add ground nuts and knead the dough. Form eye-ball-size pieces of dough, roll them in the sugar and say the magic words: Simsalbimbamba Saladu Saladim. Lay on a greased metal baking sheet and bake at two hundred degrees for fifteen minutes, and NO EGGS. Bake at two hundred degrees for fifteen minutes, and no eggs.}
in
http://www.public.iastate.edu/~davshan/lyrics/aenima.html#46and2
Canibal
encontro-me onde outros se perderam. invisto na inversão das regras e das naturezas. é delicioso este ombro para onde me viro hoje. não sei mais a cor do fogo. fria, a carne temperada de metal desfaz-se na contemplação. tenra. enrolo os meus pulsos pelo teu cabelo e deixo-me (de)pendurada enquanto procuro a boca enquanto a fome não se conhece entre os dentes. rasgo-me.
cura-me este vício de selvagem.
City of silence
esta cidade não fala, sussura. não grita, remoi o tempo e as indisposições. tem medo sabe-se lá do quê. de ser vista, de ter ideias, de cantar. esta cidade esconde-se e esconde os seus habitantes em muralhas de palavras que agem como silenciadores. tem carisma de polícia secreta. tem habilidade de arranca-línguas. tem aspirações a criar coisas a partir do nada e a branquear as suas conquistas. nesta cidade as coisas confundem-se e perdem a sua natureza. nesta cidade as naturezas são idênticas e no entanto crescem separadas. nesta cidade tudo se encontra e tudo se recusa. esta cidade baralha-me a vida. a minha vida perdeu-se para sempre quando se recriou neste insondável mistério de cidade.
perco as palavras aqui. deixo de falar verdade porque não quero contrastar com a imagem que fizeram da minha verdade e da verdade de mim. já nem quero saber. já só quero a paisagem. o resto que se move, indissociavel do que fica, já não me fala, não me grita. esta cidade-asilo, cidade-louca, cidade-bruta embrulhada em celofane e colete de forças. já só quero os seus estrangeiros e os seus párias. tudo o resto derrete-se-me nas mãos até à amalgama de gritos tolos. tudo o resto mina-me a sanidade ausente. retira-me as provas. o som não se propaga no vácuo.
uma faca em cima da mesa. baixo o volume. se me ouves, acena, tu que és cego.