z(en/ero)aproxima-se a rendição.
quando se deixa de acreditar, de fugir, de procurar, de fingir, de representar, aprendi eu agora, o ponteiro volta ao arrefecimento primário daquilo que é sereno, a morte acontece feliz dentro de água. e nós ficamos serenos na felicidade dos outros, e ciumentos também, mas não há pressa. não pestanejamos mais rápido contra o tempo, nem a favor dele.
estou com os aviões de papel, com as folhas secas no regato, com os mornos cadáveres da estação.
negociamos a aventura do tempo, hora a hora, sem sono em frente ao calendário obsoleto, e desejamos regressar mais leves, já sem o tormento do corpo, já sem o ar poluido, já sem a esperança corrupta, já sem todo o sonho enegrecido pela ignorância.
aproxima-se a viagem branca pelos corredores da mais vertical ambição terrena.
aproxima-se o novo início no fim do círculo aberto nas palmas das mãos.
estou com os principiantes, com os iniciados, os recém-nascidos, as supernovas, as ignições, as mais breves ideias de saudação e despedida.