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sigNature
sábado, fevereiro 25, 2006
 
Maps

Pack up;
I’m straight;
Enough;
Oh say, say, say;


Wait, they don’t love you like I love you;
Maps
Wait! They don’t love you like I love you.

Made off;
Don’t stray;
Well, my kind’s your kind;
I’ll stay the same!
Pack up;
Don’t stray;
Oh say, say, say;
Oh say, say, say!

Wait! They don’t love you like I love you;
Maps
Wait! They don’t love you like I love you!
Wait! They don’t love you like I love you!
 
 





 
quarta-feira, fevereiro 22, 2006
 
Porque o amor é surreal(ista), nós dizemos adeus assim.


Um Adeus Português (de Alexandre O'Neill)


Nos teus olhos altamente perigosos
vigora ainda o mais rigoroso amor
a luz dos ombros pura e a sombra
duma angústia já purificada


Não tu não podias ficar presa comigo
à roda em que apodreço
apodrecemos
a esta pata ensanguentada que vacila
quase medita
e avança mugindo pelo túnel
de uma velha dor


Não podias ficar nesta cadeira
onde passo o dia burocrático
o dia-a-dia da miséria
que sobe aos olhos vem às mãos
aos sorrisos
ao amor mal soletrado
à estupidez ao desespero sem boca
ao medo perfilado
à alegria sonâmbula à vírgula maníaca
do modo funcionário de viver


Não podias ficar nesta casa comigo
em trânsito mortal até ao dia sórdido
canino
policial
até ao dia que não vem da promessa
puríssima da madrugada
mas da miséria de uma noite gerada
por um dia igual


Não podias ficar presa comigo
à pequena dor que cada um de nós
traz docemente pela mão
a esta pequena dor à portuguesa
tão mansa quase vegetal


Mas tu não mereces esta cidade não mereces
esta roda de náusea em que giramos
até à idiotia
esta pequena morte
e o seu minucioso e porco ritual
esta nossa razão absurda de ser


Não tu és da cidade aventureira
da cidade onde o amor encontra as suas ruas
e o cemitério ardente
da sua morte
tu és da cidade onde vives por um fio
de puro acaso
onde morres ou vives não de asfixia
mas às mãos de uma aventura de um comércio puro
sem a moeda falsa do bem e do mal


Nesta curva tão terna e lancinante
que vai ser que já é o teu desaparecimento
digo-te adeus
e como um adolescente
tropeço de ternura
por ti
 
 
Fevereiro é um mês traiçoeiro

voltei para a espiral. está frio e está na mesma. tirando aquilo que irremediavelmente mudou sem que eu tivesse uma palavra a dizer sobre isso. Outra vez. outra vez dizendo até já sem saber até quando. outra vez nas mesmas coordenadas tão próximas e tão longe. como se nada fosse e para além de tudo o que não foi. ainda tenho tanto para mostrar e tanto para dizer. há recantos de mim que só vagamente sei o caminho para lá voltar, tendo-me perdido uma vez para os descobrir e tendo fechado o labirinto à sua volta depois. o inverno ainda vai durar. a solidão adensa-se como um nevoeiro sombrio. esperei. esperava. agora já não dá. os dias pesam cada vez mais. serei forte. serei. sou. fui. estou. lost.
 
sexta-feira, fevereiro 17, 2006
 


onde estou? de onde vim? para onde voltarei? nestes labirintos antigos baralhados nas temperaturas modestas perco-me a pensar nos caminhos que deixo. medo do tempo mais do que do espaço. medo que uma semana me esqueça para sempre. que me dilua no mundo como ele circula em mim de dia e de noite. e no entanto move-se. e no entanto nunca senti tanto a verdadeira dimensao do espaço aberto.

cerveja e cigarros, montanha e superficie, amigos e saudades.

voltarei em breve. mas ainda nao sei para onde.

 
quarta-feira, fevereiro 08, 2006
 
connections

a vida é confusa, mas lá se vai vivendo. algo que há 24 horas me arrancava as entranhas e me estilhaçava todas as esperanças de ser feliz - ao ponto de pensar que nenhum ser humano aguenta tanta dor sem enlouquecer - agora parece nada mais do que um pesadelo distante e vago, do qual apenas resta um distante e vago travo amargo nos lábios. e sim, o ser humano aguenta tanta dor (com umas tangerinas e umas lágrimas furtivas no meio da turba anónima da manhã) e perde um pouco da sanidade. perde-a ao ponto de voltar como se se esquecesse, como se não houvesse mais nada do que isso no mundo, aquelas breves horas a pensar cada gesto na familiaridade silenciosa. de repente, um torrilhão de palavras trágicas transformam-se no mais plácido silêncio que nos aguenta até de madrugada. e transformamos esta grande confusão em monossilabos. e conseguimos ler nas entrelinhas dos corpos que se afastam na noite, nos centimetros que não se correspondem, no carinho que não sabe que forma tomar. mas lá se vai vivendo, sem saber que palavras usar para transmitir tudo isso a quem não sabe sequer se sabe ouvir, se fala a mesma lingua, se terá outra resposta que não o mesmo silêncio.
assim, recomponho estas restias de sanidade (ou restias de loucura) e prossigo os dias como se nada fosse. e espero a volta, relembro os cheiros perto de mim e as texturas debaixo dos meus dedos....o calor, esse é sempre igual e facilmente imitável. como se nada fosse, vai-se vivendo.
 
sexta-feira, fevereiro 03, 2006
 
hoje vou cá ficar todo o dia a penar as trocas de horários e as coisas que não se conseguem fazem e as outras que não se conseguem negar. não reconheço a minha imagem ao espelho e sei que perdi algures um dia no fundo dos bolsos. não sei onde vou estar amanha nem sei se para a semana vou estar onde quero estar há anos. mas um dia depois do outro e uma coisa de cada vez....poemas, palavras, sonhos e sonos, musica e dança, saudades e tudo o mais...la vie en rose, en bleu, en noir, en fin.....
 

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