sigNature
melhores dias
para escolher as cores escuras destes dias
as gotas ácidas destes dias
as esperas esféricas destes dias
os planos curvilineos destes dias
as escolhas singulares com os sacrificios multiplos
para oferecer o beijo à ferida
e esquecer com o sono os sonhos infindáveis
para esconder a mão da palmatória
a palavra da mentira
o olhar desprotegido do eclipse solar
para me perdoar as ansiedades
e revelar as ânsias
e voltar com pedras ou areia nos bolsos
uma outra casa, uma outra vida
outros dias,
melhores.
things that disturb me: uma nota pessoal
(a blogosfera tem destas coisas:)queria deixar um comentário ao Lord of Erewhon mas a legião de fãs, curiosos e peregrinos já ia longa e o meu tempo de antena seria resumido e inutil. Mas queria dizer-lhe que fiquei tocada e percebo totalmente o porquê (e também a beleza morbida do texto do Lord) da referência ao incidente de
Dawson, no Quebec, há um mês atrás. Não nos cabe a nós julgar.
O Dark Side que habita em todos nós alimenta-se da solidão embriagada: do big bang só resta o big crunch, após o máximo da expansão. Não vale a pena demonizar o assassino, ele também uma vítima como as outras. A violência persegue-nos e nós perseguimo-la.Nas roupas escuras, na maquilhagem carregada, nas botas pesadas, na maquinaria do poder, onde a fragilidade do corpo jovem e desajustado se procura e se perde e se encontra de novo no braço de ferro com o nonsense da vida moderna. Não me cabe a mim julgar
Kimveer Gill. Julgo antes os massacres no Iraque, na Palestina, no Afeganistão, e todos os outros massacres que se mascaram de bandeiras antigas e coloridas. O massacre infame do efémero eu só se pode despir de negro.
self portrait thursday
PEOPLE WHO LOVE ME (BUT THEY DON'T KNOW IT YET)uma nova rubrica que inclui, claro, personagens mais ou menos fictícias, mitos urbanos, fachadas e trombas, amigos e wannabe lovers, artistas e coisas que tornam a minha vida mais linda, mas laica e mais curiosa, sem nenhuma ordem em particular.
spider jerusalem... a melhor coisa mal-cheirosa desde o roquefort de 73. from the future...with anger and lust, nicotine and amphetamine. loathe you too,babe.
mais em
www.transmetropolitan.com
no woman no cry
que desaire este das falhas de relações, das relações falhadas, do desespero da perda, do tempo perdido, do descanso prometido mas nunca recebido...que inverno este que só promete solidão e conchas, desencantos e desencontros, silêncios corrompidos e outros, corruptos...que tempos estes que não prometem nada de novo ou fascinante, que só arrastam consigo a rectidão do tempo e os farrapos da esperança. os ciclos novos que irrompem das pedras e da cinza derramada. o passado, nada...mas estes novos, sim, podemos ajudar a construir... e eventualmente, a destruir.