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too late
for hearing what I don’t have what I don’t know what I will never be that is too late that you are far away that you’re never coming back that my skin is freezing that my love is tainted that it is too late to forget too late to remember to say I’m sorry too late baby for us to even the score for me to hide you from the world for you to show me the world too late for my childhood it has always been to late for my self and late enough for another thing and too late tonight and tomorrow will be too late and we will never be and we will never know what will become of us and will never see that the heart is of a different colour and shape and we will never become totally empty and we will never ever – ever - be full.
4 conselhos para o futuro:
live like there’s no tomorrow
dance like no one is watching
love like you've never been hurt
fuck like you’re being filmed
A pequena escuridão onde a irracionalidade se faz bocejo de faz-de-conta, onde se finge bem o que não se quer dizer; a pequena cegueira que permite entender que a romã é o fruto mais interessante, uma luz vermelha onde se revelam poemas aos cachos e para cada palavra irregular que se trinca, para o esquecimento veloz, cada gota de pedra que se perde na boca em desejos.
E as memórias hoje são espirais de fumo que se inalam depois da taça vazia. Uma tragédia sem voz nem interlocutor, sem espelho nem elevador, sem fechadura ou cordões para atar. A pequena escuridão necessária para ignorar as nódoas e grafar as cicatrizes com as pontas dos dedos ou, num corpo brando, para sorver o gosto ácido da ausência de passado. Entre os sombreados estrategicamente atirados ao chão, a pequena escuridão entre os membros cambaleantes, testemunha única da vitória sobre a aquosidade plana, a pequena escuridão entre o giz e a grafite, entre a partida e a chegada à superfície, entre o riscar do fósforo e a fervura. A pequena escuridão recolhida com frio e dores, aninhada ao fundo de um campo aberto de girassóis. A pequena escuridão de faz-de-conta que nada mais se pode dizer.
este torpor como uma lava suja
incandescência manipulando a ausência de vocábulos até ao nulo,
este absurdo adjectivo mudo,
este expor-se ao negativo de uma película mal disposta
este adorno insuspeito no dorso átono este leve arrepio de sonolência este copo tisnado de sombra uma vez mais caído no colo.
Este esgar que fica na nuca
este desprezo que se aloja nas trincheiras da vida e da morte onde um insecto magoa a palma da mão dobrada
esta cantilena enlouquecida que se atreve a badalar as horas lá fora onde os carros carpem a entrada da máquina pelo ser adentro.
Este novo abcesso na mente
este velho hematoma que não sai nem é de uma qualquer cor reconhecida pela mágoa. Este novo gotejar de eco nas ruas sem nome, pelos carris mal alinhados pelos mamilos
este brilhante escorregar de significados no chão molhado
esta parada monocromática de sintomas deserdados de patologias órfãs
este último veículo gritando adrenalina aos ventos pelas colinas quase planas e esta
e esta multiplicação de lumes, esta água mínima, estes nós impossíveis de decifrar, esta torrente de sinais que se anulam
uma redundância no peito
um mapa de misérias açucaradas
um último precipício de corpo
esta finalidade por desenhar
a madrugada por escrever.