sigNature
Nonsensual
You got it all wrong
The nightskin
The playing rough of ages to come and go to
The world in fury and the playground of body
Words and other words in foreign meanings
Of worlds in violent songs of ease
And emptiness of all we say and know
Hurt? Slowly no marks that can be seen
Bullet holes bugs
And dust inside
You don’t mind, I don’t care if we leave our cute faces
At the door
Brother sister
Blackest of the black
Ballad of silliness
And anger
And mantras
To ease the pain.
desafiaram-me ontem para escrever contos. histórias. vou tentar uma escrita linear onde faça uso da minha capacidade de ver fins e usar a vida (sur)real como catarse para as coisas que me vão cá dentro. vou tentar, mas não prometo nada. nunca vejo fins. os poemas posso abandonar. mais, não foi um desafio, foi uma encomenda. tenho que me responsabilizar.
estou contente. o meu colega de casa trouxe-me o filme High Fidelity, uma excelente comédia romântica sobre música. e vou à procura nas minhas cassetes velhinhas e cheias de pó de um album de Life of Agony. hoje apetece-me. e ver uns episódios do Farscape, com toneladas de naves espaciais e extra-terrestres. eu no meu castelo. ligado ao mundo. no alto da colina. bebo água. amanhã será dia.
7 am (ou uma lamechice pegada nada ao meu estilo)
a minha rua está deserta e cheira a flores. passaros de bico amarelo por todo o lado (creio serem merlos, mas não sei bem). a manhã chega sem medos e eu apareço com a chave à porta. creio que queria que estivesses aqui, que tivesses estado lá, mas sempre tens estado e é mesmo assim mesmo sem poemas a acompanhar e eu sou mesmo assim sem esperar compreensão fumo mais um e mais um cigarro e vejo as diferenças e sou impaciente e quero tanto tocar e espero ficar nesta coisa toda como sempre sem.
e espero que percebas e não me encostes contra uma parede a menos que me queiras.
bem, deixo aqui uma sugestão: claro que os gostos são muito relativos, mas eu gostei bastante desta canção e gostava de partilha-la com quem tiver curiosidade. aviso já que o resto das coisas desta banda (australiana) são de gosto muito duvidoso, até para mim. mas esta, mas esta... ficou.
dull angel
acto nocturno de conhecer a cidade
era uma vez uma menina que dizia tolices. uma menina que não sabia calar e não tinha medo de dizer coisas. coisas que às vezes as pessoas não falam, estás a ver? essa menina perdia frequentemente a noção dos limites e era extremamente mimada. lá dava as voltas que fosse para ter aquilo que queria ao ponto de às vezes, com tanta volta, se esquecer porque é que queria as coisas. e ela gostava de coisas bonitas. vivia com a cabeça no ar. esquecia-se de coisas importantes. era desarrumada. inconveniente. acreditava em coisas idiotas, que já ninguém nos dias de hoje acredita. e não falo aqui em unicórnios nem em potes de ouro no fundo do arco-iris, nada disso. acreditava que podia massacrar o corpo indefinidamente. que as pessoas ao fim e ao cabo iriam acabar por se respeitar nas diferenças e coisas do género. essa menina, na minha opinião sincera, era um bocado otária.
era uma vez uma mulher que dizia tolices. uma mulher que sabia falar de muita coisa e usar palavras dificeis. as pessoas achavam muitas vezes que estava a mentir, mas acabavam por confiar nela. essa mulher lá arranjava maneira de se convencer de determinadas coisas, através de complicadissimos processos mentais, de modo a que a vidinha lhe corresse de uma maneira mais ou menos fácil. coisas que todos nós sabemos fazer: gostar mais de umas pessoas do que outras, dormir e comer quando lhe apetecia, esse tipo de cenas. mas às vezes as coisas ficavam meio vagas e ambíguas. a realidade e a ficção confundiam-se. o corpo pedia mais e mais insanidade. o corpo pedia e ela dava-lhe. tudo o que pedisse. às vezes fechava-se e às vezes abria-se. uma coisa estranha que se sucedia e nem sequer dava muito bem para prever ou condicionar. era como se não tivesse planos ou não assim. como se não soubesse o que era, o que seria e qual o seu lugar no mundo. um bocado só, devo admitir. sempre que dava por mim a pensar muito nela, nunca conseguia perceber nada. só percebia que explorava o mundo incansavelmente. que o seu corpo doía muito e que chorava de vez em quando.
era uma vez uma menina que se cruzava com uma mulher todos os dias. olhavam uma para a outra de uma maneira estranha, com alguma desconfiança. nunca se falaram, creio, mas conheciam as duas aquele caminho que precorriam inversamente até se cruzarem. também não o conheciam muito bem, mas recusavam-se ambas a pedir qualquer tipo de direcção. quando se perdiam, invariavelmente cruzavam-se. como se a cidade fosse sempre redonda.
Os pontos nos is
havia muito tempo que não fazia uma directa. voltar para casa para quê? as horas sucedem-se como as cervejas até de manhã e aparento estar bem. excepto a falta de controlo nas pernas. excepto a sensação de falar sempre e sempre demais e levar as pessoas a falar sempre demais. creio ter um papel neste mundo de conversas sérias. não dou razão para a mentira mas tenho que ultrapassar o medo absurdo de tocar nas pessoas. neste mundo de cinzentos e coisas particulares e quase secretas.
não posso esquecer as promessas. não posso esquecer que não posso esquecer as promessas. não posso esquecer que não posso criar laços de dependência ou âncoras.
escrevo poemas para esquecer a moleza das mãos:
Exhaustion
Red is red is forgetting how many hours
However
Are spent in between things
Opposite to our will
Believe as the street across stumbles
Into you and your nightmares
At the same time. And the eyes
Red are red and the hour is colour blind
Except the hunter and all the lies
That lie with the gods
Wide wide wide white lies
Awake
And beware
And save yourself
No matter how fragile your thoughts
Think that you are
As fragile
Save
And curl
The backbone
The forgetting
And prudence
Always getting (what it needs)
In the way.
A vida consiste em naturalizar o
estranho.
I only have 3 cigarettes left and i've written a poem. I got a compliment today and a friend for the afternoon. I have placed special people in special places. i don't want to forget the fictions and the realities. i shake everytime i remember. i don't think about death. i wrote a letter i haven't sent. i couldn't keep anything to prove to me that things happened and can happen again. not the same way. i only have things to do: places to go, people to see, and taste, and smell. to keep me warm. i don't have enough time to sleep
and dream.
The weeping song
Go son, go down to the water
And see the women weeping there
Then go up into the mountains
The men, they are weeping too.
Father, why are all the women weeping?
They all are weeping for their men
Then why are all the men there weeping?
They are weeping back at them.
This is a weeping song
A song in which to weep
While all the men and women sleep.
This is a weeping song
But I won't be weeping long.
Father why are all the children weeping?
They are merely crying son.
O, are they merely crying father?
Yes, true weeping is yet to come.
This is a weeping song
A song in which to weep
While all the little children sleep.
This is a weeping song
But I won't be weeping long.
O father tell me are you weeping?
Your face seems wet to touch.
O then I'm so sorry father
I never thought I hurt you so much.
This is a weeping song
A song in which to weep
While we rock ourselves to sleep.
This is a weeping song
But I won't be weeping long
No. I won't be weeping long
Artista do mês:
Robert Mapplethorpe, fotógrafo americano também já falecido. Uma amostra:
Para alem das doenças, algumas coisas pegam-se, de pessoa para pessoa, com um contacto mais íntimo ou regular. começo a achar que o azar é uma dessas coisas. a indiferença outra. o cinismo, então, é contagiosíssimo. mas não são só as coisas más, felizmente. a alegria também, e a confiança. multiplicam-se como espirros. Gostava que a paciencia fosse dessas coisas, mas não convivo com santos diariamente. o máximo que consigo por vezes é aquele revirar de olhos, o longo suspiro e parar a conversa que já está a entrar pelo cano qual soda cáustica. a paranoia também se pega. as maldições, essas, enfim... acho que devia haver grupos de apoio para essas pessoas, linhas azuis para onde pudesse ligar 24 horas por dia, só para me dizerem, com aquela voz segura, que está tudo na minha cabeça. é como a chuva, eventualmente cai.
top 5:
hoje passei o dia assim... é um optimo assunto de conversa e maneira de conheceres melhor as pessoas:
top 5 filmes (sem ordem):
fight club
rainha margot
fidelité
lost highway ou mulholland drive
qualquer um do greenaway
durante a noite:
5 filmes sobre drogas
5 musicas sobre drogas
sobre fantasmas (your ghost kristin hersh, wuthering heights katebush....lalala)
sobre anjos (angie... creep....lalala)
sobre o diabo (devil in disguise, sympathy for the devil, devil's haircut....lalala)
belo exercício, acho q não vou desistir disto nos proximos tempos (annoying)
de qualquer das formas, um poemita nada lírico, pelos silencios e pelos mal-entendidos:
Inglesismo
não percebo nada quando
tudo falha quando
não estou quando
hoje o dia parou quando
morrerei quando
quando foi
quando é
quando é que custa
quando não deveria ter sido
quando começou
My dear?
Orgânico
eu e o meu mundo. eu e o meu mundo fingido. eu e um mundo que vejo de uma janela ou de uma montra. eu e o meu mundo de faz-de-conta. eu e o meu mundo passado que não volta. eu e esse mundo outro que não me vê. e esse outro que não consigo explicar. e esse outro que não controlo. e o outro que não me fala. eu e os meus mundos todos tão breves. tão somente. e os outros que odeio. os outros que nunca são meus. os outros mundos pequenos que dependem de mim. os outros mundos pequenos que me apetece afogar à nascença como se faz aos gatinhos. para os quais não há palavras crescidas ou outras em qualquer linguagem verbal. os mundos do silêncio. os mundos do excesso de palavras. talvez seja ciclico e redondo como todos os mundos achatados nas pontas como laranjas. talvez seja um qualquer conjunto cósmico de vectores com nomes que não consigo soletrar. blábláblá. se eu fosse a dorothy do feiticeiro de Oz diria: If only I had a CPU and no memory at all". e batesse os calcanhares tres vezes. o problema é que não quero voltar a casa. there is no place called home.
hoje todas as portas me tentam apanhar e despir. por pouco que dizia sim.
Investir. despir. cuspir. morrer.comunicar. tocar. dormir. escrever.acender.não olhar. não fechar os olhos. não morder. não deixar. não ligar. esconder. responder. descer. abrir. ver. enrolar. o prazer. contar. abafar. não tremer. não gritar. não voltar. não passar. não hoje não. o lábio. a luz. a beata. a mão. o cabelo. o contrato. o silêncio. o estrondo. o risorisoriso. não temer. não controlar. sede. sede. sede. não. ouvir. ler. agitar. enganar. isso e mais isso. histórias. nomes. datas. memória. lugares ao lado. mais vezes. ingenuidade. confiança. brutalidade. mentira. não mais não. areia. água. marca. minutos. sobriedade. medo. não é grave.
esta sexta é santa, dizem-nos neste país judaico-cristão. e se vos disser também que esta sexta é igual a tantas e o meu corpo revolve-se e esqueci-me de fazer tantas coisas entretanto e daqui a pouco estarei na rua a fazer o mesmo de sempre com um copo e um cigarro e um esgar de desdém e a cabeça noutro sítio qualquer. nesta sexta estarei sem sono nenhum e longe de qualquer problema longe da espada e da parede e longe das concessões que se fazem mesmo sem prazer estarei daqui a pouco sem qualquer vontade de fugir para algum lado porque os lados todos já se fugiram de si.
agora, tentar descobrir o que me caracteriza no silêncio, e o que ficou por dizer, e que parte era verdade e que outra era mentira. agora, dentro do descobrir é tentar descobrir o segredo. é tentar não aproximar a chama da pele, como um caminho que ficou para trás. para onde não vou olhar, como a mulher de lot. é melhor deixar como imaginado todo o conforto de quem não sabe o que quer.
prontos, admito, tudo me correu mais ou menos bem a semana passada. ou pelo menos compensado desde o ultimo post. Muita músicae vida social. Sucessos e conquistas, diplomacias e descobertas, out-of-the-body experiences, gente nova (e muito temporária) na minha vida, informação e perspectivas. estou optimista, o que é muito melhor do que um estado auto-destrutivo. mas medo de quê?
amanhã trabalho às onze e às duas vou fazer uma visita guiada a um siciliano chamado antónio que conheci há umas horas. a vida tem que dar para tudo.
mas medo de quê? das epifanias que me vêm às tantas da manhã? do dinheiro que escasseia? já vivi com tão pouco e estou a aprender a viver sem nada. o não é garantido, o sim vem por acrescimo.
Nada como um fim de semana na metropole para lavar a alma.
algo me diz que hoje é um mau dia